A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico caracterizado pela perda do contato com a realidade, afetando a capacidade da pessoa de pensar, sentir e se comportar com clareza. Nesse transtorno, a capacidade de discernimento entre realidade e imaginação fica comprometida e o paciente pode apresentar, em exemplos mais clássicos, sintomas como alucinações e delírios. A causa exata da doença não é conhecida, mas uma combinação de fatores, como genética, ambiente e estrutura química cerebral alterada pode influenciar.
SINTOMAS
Os sintomas de esquizofrenia no sexo masculino costumam aparecer entre os 15 e 20 anos. Já em mulheres, os sinais mais comuns ocorrem perto dos 30 anos de idade. Embora seja raro, também é possível o aparecimento da esquizofrenia em crianças e também em adultos com mais de 50 anos.
Basicamente há dois tipos de sintomas: os produtivos e os negativos. Entre os sintomas produtivos estão os delírios e as alucinações, caracterizados por uma visão distorcida da realidade. O delírio mais comum é o indivíduo acreditar que está sendo perseguido e observado por pessoas que têm algo contra ele. Imagina, por exemplo, que instalaram câmeras de vídeo em sua casa para descobrirem o que faz a fim de prejudicá-lo; mas também há outros tipos, como a sensação de estar sendo controlado, de ser culpado por alguma catástrofe ou de estar sendo infestado por parasitas dentro do corpo.
Nas alucinações, o doente escuta vozes, em geral de perseguidores que dão ordens e comentam o que ele faz. Essas vozes são imperativas e podem levá-lo ao suicídio. O paciente também pode apresentar alucinações visuais, onde o mesmo pode ver pessoas que já morreram, perseguidores, animais ou imagens abstratas, sempre de cunho assustador.
Já os sintomas negativos, mais resistentes ao tratamento, caracterizam-se pela diminuição dos impulsos, perda da iniciativa e distanciamento do afeto, onde o indivíduo se torna incapaz de sentir alegria ou tristeza compatíveis com a situação externa. Num estágio mais avançado da doença, ocorre prejuízo cognitivo e de funções como concentração e memória.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O médico psiquiatra realiza o diagnóstico com base em uma entrevista minuciosa com a pessoa e seus familiares e após descartar outras doenças que também podem cursar com os mesmos sintomas psicóticos da esquizofrenia.
Vale ressaltar que o papel da família é fundamental tanto para o diagnóstico quanto para o período de tratamento, visto que, muitas vezes, é difícil convencer a pessoa, que está com a percepção sobre a realidade distorcida, de que ela está realmente doente. Por isso, muitas vezes algum parente ou amigo próximo deve ser responsável por levar o familiar ao especialista ou para a internação, se for o recomendado.
O tratamento costuma ser necessário por toda a vida e geralmente envolve uma combinação de medicamentos, psicoterapia e serviços de cuidados especializados. Como qualquer outra doença, no entanto, quanto mais cedo o paciente receber o diagnóstico e iniciar o tratamento, melhor. Não só porque o início precoce impede que a doença provoque danos mais sensíveis na personalidade do indivíduo, mas também evita que ele abandone sua rotina de vida, os estudos, sua atividade profissional e relacionamentos afetivos.